quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Assim se vai indo

Esperava voltar aqui e ter algo de novo para dizer. Mas não. Tirando as férias - que foram excelentes - nada de particularmente novo aconteceu que mereça um registo sério, nem uma mínima efeméride sobre a qual se me ofereça discorrer.
É certo, passamos um período em que muito se disse e ouviu e escreveu, mas contas feitas continua tudo na mesma. O Eng. Sócrates continua a ser governo, o prof. Cavaco continua a não estar fresco e esclarecido, a ansiada retoma continua a ser mais um "toma lá do mesmo".
Bem, passei por aqui só para que saibam que ainda estou vivo. E que um dia destes vou tentar seriamente escrever algo que se aproveite.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O Estado Pidesco

Depois da ERC pretender impedir cidadãos que sejam candidatos nas próximas eleições de aparecerem na comunicação social, Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC) notificou a Portugal Telecom (PT), na sua qualidade de fornecedor de Internet (Internet Service Provider, ISP), para que remova e impossibilite o acesso a 27 sites que disponibilizam ilegalmente filmes, músicas e matéria editorial. A informação foi dada à imprensa pelo grupo de lobby anti-pirataria MAPiNET. A PT nega ter recebido qualquer notificação até ao momento, mas a IGAC confirma tê-la feito, “por via electrónica”, na terça-feira. No entanto, dos quatro sites alojados no Sapo (os únicos que estão directamente sob a alçada da PT), três limitam-se a apresentar links para sites externos, onde é possível assistir a trailers de filmes, descarregar legendas ou encontrar os pequenos ficheiros chamados torrents que possibilitam o uso de redes peer-to-peer – nenhum parece usar a rede da PT para alojar e disponibilizar ficheiros sem a autorização dos detentores dos direitos de autor. Um dos sites não apresenta mesmo qualquer conteúdo.

Como nos explica David Bravo (um dos advogados de defesa no caso Sharemula), «A diferença entre um link e o seu conteúdo pode ser explicada da seguinte maneira: um jornal contém a programação televisiva, isto é, um link que permite que o cidadão possa descarregar um filme de um televisor através de um aparelho denominado “vídeo”. O link é a programação que o jornal traz, o conteúdo é transmitido pela estação de televisão. No caso dos sites de links ocorre o mesmo: o site possui o link e o cidadão, se dispõe de um programa de downloads configurado para identificar os links, pode colocar o seu computador em contacto com o de outros cidadãos de modo a descarregar o ficheiro. Nem uma única das 625 linhas do programa de televisão passa pelo jornal, nem um único bit da obra passa pelo site de links.

Um site de links apenas contém metadados (dados sobre dados), mas nunca uma obra protegida, pelo que não se poderá efectuar uma comunicação da mesma. Dado que não se regista uma comunicação pública, tanto faz que o site tenha ou não fins lucrativos, uma vez que a lei exige a simultaneidade de ambas as circunstâncias de modo que, na ausência de uma delas, não existe qualquer delito.»

Triste país em que vivemos...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Desavergonhada transparência



Portugal e os portugueses há muito tempo que integram o "anedotário" do "país irmão". E de facto, eles são tão interessados e atentos às nossas "desventuras" que chegam ao ponto de publicitar que cá, como lá, se fazem assaltos à mão armada de factura. Pelos eleitos da respública. Descoberto o descaramento na blogosfera e como quem não se sente não é filho de boa gente deu-me para consultar o site da "Transparência na AP"...

Finalmente fez-se luz: este é o verdadeiro "choque tecnológico" prometido pelo Primeiro Ministro José Sócrates, porque é impossivel não ficar chocado com as verbas que são entregues a privados por ajuste directo no fornecimento de bens e serviços.

Porque a lista é longa e não quero melindrar os mais sensíveis - o meu blogue não é só para maiores - aconselho a consulta do seguinte link http://transparencia-pt.org/, onde encontrarão também as referencias das adjudicações. A título de exemplo, o Município de Povoação (Açores) adquiriu uma viatura com retoma pelo módico preço de € 1.500.000,00 (deveriam querer dizer avião); o ISEP comprou um recptor GPS por € 10.910,00 (com suite no satélite, está-se a ver); a CM de Alcobaça decidiu armar-se me Pai Natal e gastou € 8.849,60 para dar prendas aos filhos dos seus funcionários (familias numerosas, por certo).

A cultura também não poderia ficar de fora e por isso o município de Águeda abriu os cordões à bolsa e gastou € 10.759.224,00 em literatura estrangeira (na qual se inclui a obra completa de Shakespeare, manuscrita pelo proprio?). E ficamos também a saber que a Direção de Aquisições não usa o "Magalhães", já que em 8 desktops, 6 portáteis e 4 monitores gastou-nos € 174.560,00...


Divirtam-se!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

CR...9


Muito se tem escrito e dito acerca das aventuras do "puto maravilha", tanto dentro das quatro linhas como dentro de outros rectângulos de jogo. Deixando este último assunto para um blogue mais rosa, há várias ideias que importa reter.
A primeira é que o CR é português e falar-se dele pelo mundo fora é, sem dúvida nenhuma, dar a saber que Portugal existe (mesmo que nunca cá venham ou nem saibam em que parte do globo se localiza). Mas, convenhamos: afinal que conclusão ou benefício se retira daqui? Que o CR nasceu em Portugal e passou pelo Sporting, e que o seu exponencial resulta de uma excelente observação e formação por parte do MU - o próprio CR considera o Alex Ferguson o seu "pai futebolistico". Ou seja, o nosso "orgulho" nacional reside sempre em alguém que, farto da mediocridade e da falta de apoios e dimensão do país teve o bom senso de se pôr a andar. Está visto: Portugal não interessa aos tugas e as nossas "individualidades" só os reconhecem quando estes se destacam no estrangeiro por aquilo que fazem no estrangeiro.
A segunda é que o rapaz é um grande jogador de futebol: assumiu-se como uma referencia do MU e sobe agora à figura de galático no Real, protagonizando a mais cara transferência de sempre no futebol Mundial. Porém, quem se espanta com os números ou é tonto ou não conhece a máquina publicitária em que aquele clube se transformou - relembre-se aqui que o David Beckham, boa pinta mas um jogador sofrível, comprado por 30 ME e com um salário anual de 8 ME veio a render ao Real perto de 250 ME. Considerando que o CR é um jogador a anos-luz do precedente, tem mais tendencia para aparecer em tudo o que é cama e revista e que, só no dia da apresentação, provocou um encaixe de 295 000,00 em camisolas está visto que em breve estará a dar lucro. A ambos, que os direitos de imagem são repartidos na proporção de 50%/50%.
A terceira é que o rapaz é...um rapazote ainda. Com 23 anos caminha a passos largos para a sua maturidade futebolística e tem ainda muita bola pela frente. O CR é um grande profissional. Falta-lhe só crescer como pessoa. E aí sim, poderá retribuir toda a desemsurada atenção que se lhe dedica por cá.
Espero que tenha sucesso na sua nova epopeia. E que qualquer dia decida jogar futebol na Selecção Nacional

terça-feira, 30 de junho de 2009

Política Internacional

Se a moda pega por cá...
Por acaso, conheço um par deles que mereciam igual tratamento. E, de preferência, com transmissão televisiva em horário nobre, que ando farto de novelas.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Verdade


É verdade que estou farto desta incerteza
Da incerteza de ser eu e não o outro eu
Amiúde
Do cigarro no canto da boca
Do Agosto que chega e logo depois é Inverno
Do tempo que passa a correr e nada se vê
É verdade que amo e não me canso de amar
O Sol e o vento e o dia e a noite
Respirar, ouvir, de olhos fechados
Lá longe no planalto mais verde acima do mar
Escrevo um poema de imagens que só podem ser
sentidas sem se dizer
A sonhar porque te sonho
É verdade que estou aqui
Porque também estás.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Nada para dizer


Não tenho nada para dizer. Nem me apetece fazê-lo. Os feriados a meio da semana têm o demérito de me desmotivar para o resto da semana que falta. O que torna a minha vida mais difícil do que é habitual.

Sim, feriados a uma quarta-feira são do pior que há, porque nos dão aquela terrível sensação de segunda à quinta, com uma agravante: se só às terças recuperamos o ritmo de trabalho, que atinge o seu pico logo no dia seguinte - ante-véspera de nos sentirmos de rastos - significa que foi uma semana perdida. Basta fazer as contas: dois dias de recuperação do descanso mais dois dias de rastos significa afinal que, o único dia em que poderiamos de facto ter feito qualquer coisa de útil coincidiu com um dia de descanso.

Ora, isto a mim faz-me muita confusão. Então o meu melhor dia de trabalho é aquele em que não se trabalha? Será que, por este andar, vou começar a trabalhar só aos Sábados e Domingos? E nas férias? E em todos os outros dias em que anda tudo no passeio? Dramático, portanto.

Depois, para que serve um feriado à quarta se no dia seguinte temos de levar o corpo para o escritório? Um desperdício.

Se eu mandasse, e a bem da produtividade do País não haveria feriado que não calhasse à sexta: quando a semana é mais curta, a recuperação do fim de semana é mais rápida e vamos todos descansar mais fresquinhos, à quinta, logo antes de não nos apatecer trabalhar.

Meditem, que hoje a mim não me apetece. Aliás pelo texto bem se vê.

terça-feira, 23 de junho de 2009

São João


O S.João é daquelas noites em que a malta do Porto não se importa mesmo nada de ir para a rua levar umas marteladas, sempre com um sorriso de contentamento, pondo até a cabeça de feição para as ditas serem mais sonoras. A noite começava invariavelmente com uma "sardinhada" de febras de porco (o peixe não quer nada comigo e vice-versa), depois um encontro com os amigos na Praça da Batalha, descendo até às Fontainhas para ver as cascatas, andar de carrocel e beber umas ginjas nos "tirinhos", descendo depois a Rampa da Corticeira até ao Douro, com passagem pela Ribeira para "abastecer" antes de ir descansar os pés para os Aliados à espera do fogo de artifício. A festa rija começava então, naquela época em que só em noites contadas podia chegar a casa depois de o dia nascer, invariavelmente na praia - se bem que nunca percebi muito bem qual era o espírito de, depois de horas aos saltos e quilómetros nos pés nos dirigir-mos pela Avenida da Boavista abaixo, mais mortos do que vivos.
Hoje a tradição mudou e a festa deslocalizou-se, da baixa do Porto para as suas margens.
Mas logo lá estarei eu, de martelinho numa mão e "bejeca" na outra. Porque nesta noite só o Porto importa. E a rua é de todos.

Um dia

Apetece-me dizer

Que as letras do teu nome são a minha dor anónima

No azul mais profundo e à tona

Num acorde

Da lágrima embebida que pela chama me consome

Até querer deixar de acordar

Perco-me repetidamente a todas as vezes que

Caio em mim

E me levanto para a mesma cor de amanhã

Na mesma evidência do previsível

Mais do mesmo porque só o igual se espera

Porque temos pena, mas fecharam-se as portas

À margem do que seria possível

Como se o mundo tivesse sabor diferente se servido

No cliché pateta do amorfismo dos outros

Como se crescer fosse esquecer de dar vida à vida

Mas o meu coração ainda bate.

Não vendo sorrisos nem regateio palavras

O meu sonho ainda é o mesmo

Até que me dure a alma.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Regresso



Entretido a seguir blogues, lembrei-me que tinha um, cujo conteúdo, por razões que sóbriamente não me recordo, desapareceu. Quem me conhece sabe bem da minha tendencia para me fartar das coisas bem antes que virem moda, ou "bem", ou "in", pitéu da "populaxa", tipo telemóvel de última geração.
Aconteceu com as "texanas" que comprava em Almança, com as calças "Uniform", com os "engates" nos chats, com os sapatos "Miguel Vieira", com o "Público", com as saudosas segundas de poesia no "Pinguim Café", as tertúlias ganzadas e o chá de maracujá... Eu sei lá, tantas coisas que se ponho a falar de todas ainda me vão achar mais chato do que aquilo que pareço. E olhem que não é nada fácil.
Inevitávelmente o desinteresse chegou também aqui. Não que alguma vez tenha chegado a ser interessante, o mais certo é ter chegado uma noite a casa meio tocado e ter clicado onde não devia.
De qualquer forma, e como até ando sem tempo para uma vida social mais activa, decidi reabrir o meu cantinho de discussão e partilha, se bem que julgo ser impossivel recuperar muito do que aqui deixei escrito ( e olhem que algumas coisas eram bastante bonitas - ou pelo menos pareciam).
Não sou nem político nem apolítico, não tenho outra pretensão que não seja conhecer outras formas de estar e de pensar. A troca de ideias é das coisas mais estimulantes que pode haver - pelo menos de forma lícita e permante - e não faz mal à saúde.
Por todas as razões e mais algumas, sejam bem vindos e os contributos que certamente trarão.
Um abraço e até já.